“Seu sonho simples assusta muita gente.”
— Oráculo Eu Me Quero De Volta: Navegando no Cotidiano — Helena Marcondes
Você carrega dentro de si um chamado silencioso que, para muitos, é incompreensível. Sonhar com o que é simples, desejar apenas aquilo que é essencial, sem adornos desnecessários, sem plateias, sem narrativas heróicas, é, para os olhos condicionados pela sociedade da performance, uma ameaça velada. Quando você opta por buscar a paz no cotidiano, por cultivar relações verdadeiras em vez de conexões utilitárias, por valorizar a permanência em vez da exibição, você rompe com uma lógica coletiva que mede o valor das pessoas pela quantidade de reconhecimento que acumulam.
No mapa do seu ser, o que se desenha é uma configuração rara: o anseio legítimo por uma existência alinhada ao que é vivo e pulsante dentro de você. Esse anseio, expresso em escolhas aparentemente simples — como querer uma vida mais silenciosa, valorizar as pausas, priorizar a casa sobre a vitrine — é lido pelos outros como uma afronta. Não porque seu sonho seja grandioso demais, mas porque ele é livre. E a liberdade, mesmo quando silenciosa, causa desconforto em quem ainda se sente prisioneiro das expectativas externas.
É natural que, ao expressar essa simplicidade consciente, você encontre resistência, ironias veladas, julgamentos travestidos de conselhos. Muitos tentarão desacreditar seu caminho, acusando-o de falta de ambição ou de estagnação, porque projetam em você o medo que sentem de encarar o vazio de suas próprias escolhas.
Seu desafio, neste ponto da travessia, não é provar o valor do seu sonho a ninguém. Nem transformar sua vida em um manifesto para convencer aqueles que ainda não podem ver. Seu desafio é proteger o território interno onde seu sonho germina — mesmo quando isso significa caminhar sem testemunhas, mesmo quando o reconhecimento externo é escasso. A força do seu sonho não está no impacto que ele causa nos outros, mas na coerência silenciosa que ele constrói dentro de você.
A psicoastrologia ensina que há momentos em que a jornada é feita contra as correntes predominantes da cultura, e essa é uma dessas fases. Sonhar o simples em um mundo ruidoso é uma prática revolucionária. Manter-se fiel a esse sonho é um ato de coragem íntima, uma alquimia silenciosa entre sombra e luz que poucos conseguem sustentar. Você é chamado a ser fiel a esse chamado interior, mesmo que o mundo ainda não saiba como celebrar a profundidade do que é discreto.
📚 Texto inspirado no Oráculo “Eu Me Quero De Volta: Navegando no Cotidiano” — Helena Marcondes.
Parabéns pelo seus artigos. Você é muito boa …. ❤️❤️❤️
Profundo e certeiro, admiro muito suas reflexões
Esse processo é muito claro em minha vida hoje. Perfeito artigo! Um beijo!