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As Origens da Astrologia: Como os Antigos Sumérios Transformaram os Céus em Sabedoria Cósmica

Olá, queridos leitores do Estrelas Védicas! Hoje vamos embarcar em uma jornada fascinante pelo tempo e pelo espaço, explorando as raízes da astrologia e como a humanidade começou a olhar para os céus em busca de respostas para os mistérios da vida.

A Pré-História e os Primeiros Rituais

No final da Pré-História, antes mesmo do início da Idade dos Metais por volta de 6.000 anos a.C., os seres humanos já começavam a desenvolver padrões metafísicos e religiosos. Os primeiros rituais, como os fúnebres, indicam uma crescente curiosidade sobre os mistérios da Natureza, a influência das forças cósmicas e a presença de divindades orientadoras. Raios, trovões, tempestades, cheias de rios e eclipses não eram considerados eventos casuais; para o homem primitivo, entidades superiores eram responsáveis por esses fenômenos.

Os Sumérios e os Primeiros Conhecimentos Astrológicos

Os astros visíveis, especialmente devido à necessidade de olhar para cima para vê-los, começaram a atrair a atenção dos humanos. Na Idade dos Metais, os sumérios, uma das primeiras civilizações a surgir na Mesopotâmia, já tinham a estrela como símbolo da divindade. O Sol e a Lua, em particular, desempenhavam papéis fundamentais na vida terrestre: o Sol, como fonte de luz e calor, era vital para o crescimento dos vegetais e o desenvolvimento humano; a Lua, por sua vez, influenciava as marés.

Os Sete Corpos Celestes e a Mística do Número Sete

Sobre o fundo estrelado, aparentemente fixo, os antigos viam sete corpos celestes: o Sol, a Lua e os cinco planetas visíveis do Sistema Solar. Com o estabelecimento das primeiras civilizações, como os sumérios, surgiu a ideia de que esses corpos celestes eram divindades com poder sobre a vida na Terra. Assim, estabeleceu-se o conceito dos “sete planetas”, criando a mística do número sete e definindo um panteão de deuses, cada um com características específicas.

A Evolução do Conhecimento Astrológico

A partir daí, começou a tomar forma o conhecimento astrológico. A antropomorfização dos deuses-planetas e sua associação com os elementos da Natureza resultaram em uma estrutura organizada. A astrologia, então, cresceu em importância, apesar de períodos de decadência, como durante a Idade Média, devido ao combate pela Igreja.

O Esoterismo na Antiguidade

Na Antiguidade, o esoterismo era entendido como a doutrina ensinada aos iniciados nos “Mistérios de Elêusis”, um culto à deusa grega Deméter. O termo designava o estudo dos Mistérios, a síntese das verdades ocultas, a investigação da origem do mundo e da humanidade, e a busca da verdade e da realidade das coisas. A astrologia, nesse contexto, era vista como um ramo do conhecimento humano, existente desde os primórdios da civilização.

As Civilizações da Mesopotâmia

A Mesopotâmia, “terra entre rios”, localizada entre os rios Tigre e Eufrates, abrigou as mais antigas civilizações organizadas. Por volta de 3500 a.C., os sumérios começaram a florescer junto ao golfo Pérsico, criando grandes cidades-estado como Ur, Lagash e Uma. Cada cidade era comandada por um chefe, e foi sob a direção de um desses chefes que se fundou o primeiro império mesopotâmico.

A Influência dos Acadianos, Amorritas e Caldeus

Por volta de 2350 a.C., o domínio passou dos sumérios para os acadianos, de origem semita, que utilizavam armamento leve e manejável. Após um período de restauração suméria, a supremacia foi retomada pelos amorritas, que fundaram a dinastia dos reis de Isin e estabeleceram-se em Babilônia. Hamurábi, o sexto rei dessa dinastia, é famoso pelo seu código de leis, que abrangia jurisprudência, economia e religião.

Os Deuses e o Panteão Mesopotâmico

Os três deuses principais eram: Anu, rei do Céu; Enlil, rei da Terra; e Ea, rei do Oceano. Esses deuses criaram os deuses astrais, responsáveis diretamente pelos homens: Shamash, o deus-Sol; Sin, o deus-Lua; Ichtar, a deusa correspondente ao planeta Vênus; e Dumuzi, o deus agrário das mortes e ressurreições anuais dos vegetais. Esta base de religiosidade cósmica foi fundamental para a formação da mitologia greco-romana.

A Religião Babilônica e a Torre de Babel

A civilização babilônica possuía uma religião ainda mais forte, com os mesmos deuses dos sumérios, acrescidos de Marduc, o deus supremo dos babilônios. O grande Templo religioso da Babilônia, Esaguil, era flanqueado pela Torre de Babel, um zigurate que permitia uma ampla visão do horizonte para a observação dos corpos celestes.

Os Primeiros Astrônomos e a Divisão do Tempo

Os povos mesopotâmicos eram bons observadores dos céus e perceberam que os eventos celestes seguiam padrões. Eles identificaram sete corpos celestes principais: o Sol, a Lua, Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno. Essas observações levaram à criação das primeiras tábuas de movimentos planetários ou efemérides, a partir do século VII a.C., na época do rei Assurbanipal.

A Astrologia e o Conhecimento Humano

A astrologia mesopotâmica evoluiu com a crença de que os astros representavam deuses que influenciavam a vida humana. Na Babilônia, o panteão divino estava totalmente estabelecido, e cada deus-astro tinha poder sobre áreas específicas da vida humana. Os sumérios, babilônios e caldeus desenvolveram um sistema cosmológico que incluía as doze constelações do zodíaco e as doze casas astrológicas, representando diferentes áreas da existência.

A Herança da Astronomia Mesopotâmica

Essas associações formaram a base do saber astrológico, com os astros influenciando os humanos, embora não mais como deuses venerados. Os mesopotâmicos também adquiriram grandes conhecimentos de astronomia, distinguindo planetas das estrelas, prevendo eclipses e plantando de acordo com as fases da Lua. Eles dividiram o ano em doze meses lunares, a semana em sete dias, o dia em vinte e quatro horas, a hora em sessenta minutos e o minuto em sessenta segundos.

E assim, chegamos ao fim de nossa jornada pelas origens da astrologia e das primeiras civilizações que olharam para os céus em busca de respostas. Essas antigas observações e crenças lançaram as bases do conhecimento astrológico que continuamos a explorar e expandir até os dias de hoje.

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